Farinhas Sem Glúten: 6 Opções Naturais e Suas Aplicações na Cozinha
O glúten, uma proteína presente em muitos cereais, pode causar problemas para pessoas com doença celíaca ou intolerância ao glúten. Para essas pessoas, eliminar o glúten da dieta é essencial. Felizmente, existem várias farinhas naturalmente sem glúten que podem substituir as farinhas tradicionais, permitindo a criação de pães, bolos, e outros alimentos sem comprometer a saúde ou o sabor.
Aqueles que sofrem de doença celíaca ou de uma doença chamada “intolerância não celíaca ao glúten” devem eliminar o glúten da sua dieta, ou seja, comer apenas alimentos que estejam livres dele.
A doença celíaca é uma doença cada vez mais comum que leva a numerosos problemas: é uma doença inflamatória da mucosa intestinal que ocorre quando a pessoa consome alimentos que contêm glúten.
Esta condição leva ao aparecimento de uma variedade de perturbações que podem comprometer o estilo de vida de uma pessoa.
Uma entre elas? Deixando de poder consumir alimentos com glúten, a pessoa é obrigada a abandonar todas aquelas receitas que contêm farinhas tradicionais!
As farinhas sem glúten são a solução ideal para não ter de desistir de massas, pão, pizza e bolos.
Há muitos tipos que são feitos de cereais naturalmente sem glúten como arroz, aveia e milho, de pseudo grãos como trigo mourisco, de leguminosas como lentilhas e grão-de-bico, e de frutas ou frutos secos como amêndoas, coco e avelãs.
Existem inúmeros produtos especialmente formulados sem glúten no mercado, uma vez que a única cura para os celíacos é evitar a sua ingestão.
No entanto, a natureza também nos fornece cereais que já são em si mesmos isentos de glúten, pelo que é possível substituir cereais como o trigo, cevada, kamut e centeio por outros cereais, utilizando também as farinhas obtidas a partir deles.
Vejamos quais os cereais, e portanto as farinhas, que são naturalmente isentos de glúten.
Farinhas naturalmente sem glúten: que são trigo, espelta, centeio, aveia, cevada, kamut, cuscuz, bulgur, são todos cereais que contêm glúten, mas a natureza também nos oferece muitos outros cereais que estão livres dele, dos quais também podemos tornar as farinhas adequadas para os celíacos e aqueles que devem ou optam por evitar o glúten.
Os cereais naturalmente isentos de glúten incluem arroz, milho, trigo mourisco, quinoa, amaranto, e painço.
Para além da ausência de glúten, uma característica comum de todas estas farinhas é que são difíceis de aumentar.
Vejamos agora as características destas farinhas sem glúten.
6 Farinhas Naturalmente Sem Glúten
Existem diversas opções de farinhas naturalmente sem glúten, incluindo:
- Farinha de Arroz: Rica em amido e facilmente digerível, ideal para bolos e biscoitos.
- Farinha de Milho: Versátil, usada para fazer polenta, crepes, e biscoitos.
- Farinha de Trigo Mourisco: Um pseudo-cereal com alto teor de proteínas, usado em pães e massas.
- Farinha de Quinoa: Rica em proteínas e minerais, ótima para biscoitos e massas.
- Farinha de Amaranto: Alto teor de fibras e proteínas, boa para pães ázimos e bolachas.
- Farinha de Millet: Rica em vitaminas do grupo B, usada para produtos doces e salgados.
O que são farinhas sem glúten? Aqui estão as farinhas naturalmente isentas de glúten
1 – Farinha de arroz
O arroz é provavelmente o cereal mais utilizado em todo o mundo devido às suas propriedades nutricionais. É de facto um cereal adequado para todos, uma vez que é nutritivo, facilmente digerível e rico em propriedades benéficas.
A sua moagem produz farinha de arroz, uma farinha muito fina, muito rica em amido, que, como todas as farinhas sem glúten, dificilmente é adequada para levedar, mas pode ser utilizada para a preparação de bolos ázimos ou biscoitos saborosos, e é também excelente para pão ralado, que adquirem uma textura muito leve.
100 gramas de farinha de arroz fornecem cerca de 326 kcal, com um teor de hidratos de carbono de 87%, teor de proteínas de 7% e teor de gordura de 0,5%.
2 – Farinha de milho
O milho é um cereal rico em amido e fibra, cujos grãos moídos dão origem a uma farinha mais ou menos refinada, que à escala industrial é utilizada para fazer vários produtos alimentares, que para além da polenta clássica são massas de milho e vários outros produtos cozidos.
Em casa, a farinha de milho também pode ser utilizada na preparação não só de polenta, mas também de caçarolas, crepes doces e salgados, massas e bolachas.
A farinha de milho fornece cerca de 360 kcal por 100 gramas, contém 80% de hidratos de carbono, 9% de proteínas, e 3% de gordura.
3 – Farinha de trigo mourisco
O trigo mourisco é um pseudo-cereal, cuja utilização foi recentemente detectada em Itália, tornando-o também um alimento da moda na cozinha macrobiótica.
Tanto devido à sua falta de glúten como à composição particular do seu amido, a farinha de trigo mourisco não se eleva com fermento natural, razão pela qual é quase sempre misturada com outras farinhas, tais como farinha de trigo, em produtos cozidos.
A levedação, por outro lado, é mais fácil com levedura química. O poder calorífico desta farinha é de cerca de 350 kcal por 100 g, mas com cerca de 71% de hidratos de carbono, até 13% de proteína e 3,5% de gordura, é portanto uma das farinhas mais ricas em proteínas.
Contém também vitaminas B, minerais e fibras, o que lhe confere um índice glicémico mais baixo do que, por exemplo, a farinha de arroz.
Ao misturá-la com farinha de trigo, a farinha de trigo mourisco pode ser utilizada para a preparação de pão, pizza e vários bolos, mas também pode ser utilizada juntamente com outras farinhas sem glúten para a preparação de massas frescas ou produtos cozidos sem levedura.
4 – Farinha de quinoa
A quinoa é um pseudo cereal nativa dos Andes que possui numerosas propriedades nutricionais.
De facto, é uma semente particularmente rica em proteínas que não contém glúten. A moagem das sementes produz uma farinha que, como a maioria das farinhas sem glúten, não se eleva facilmente, pelo que a sua utilização na sua forma pura não faz pão, mas pode fazer biscoitos, massas, bolachas e outros produtos cozidos sem fermento.
100 gramas desta farinha fornecem cerca de 370 kcal e contém cerca de 65g de hidratos de carbono, 14g de proteínas e 6 g de lípidos, razão pela qual tem um teor calórico ligeiramente superior ao de outras farinhas.
É rica em minerais, incluindo fósforo, potássio e manganês.
5 – Farinha de Amaranto
Amaranto é um pseudo-cereal originário da América Central.
Produz uma farinha com um sabor distinto e aromático, que é portanto bem adequada para a produção de bolachas, massas frescas e pães ázimos, devido à ausência de glúten.
100g de farinha de amaranto fornece cerca de 320 kcal, com apenas 51% de hidratos de carbono e até 15% de fibra.
A proteína representa cerca de 14% e a gordura 7%, pelo que é uma farinha muito boa nutricionalmente, assimilável à farinha de grãos inteiros, com um teor mineral superior a esta última, especialmente cálcio e ferro.
6 – Millet
O millet é um cereal que ainda é pouco conhecido, mas rico em propriedades. Os grãos, que são pequenos em tamanho, podem ser consumidos inteiros ou a farinha obtida a partir deles pode ser utilizada.
Esta farinha, como as anteriormente mencionadas, não é adequada para cozer e não tem muitas aplicações industriais, mas pode ser utilizada para a preparação de produtos doces ou salgados cozidos.
Uma peculiaridade desta farinha é a sua tendência para a oxidação, pelo que se for deixada aberta demasiado tempo e sem ser utilizada, adquire uma cor mais escura e um sabor mais amargo.
O seu elevado teor de gordura (cerca de 16%) faz dela uma das farinhas calóricas mais altas (360 kcal por 100 g).
As proteínas são responsáveis por cerca de 13% e os hidratos de carbono por 70%, dos quais 3% são fibras. Entre os minerais, destaca-se o teor de potássio, e entre as vitaminas, as do grupo B.
Benefícios das Farinhas Sem Glúten
As farinhas sem glúten oferecem vários benefícios:
- Digestibilidade Melhorada: Facilmente digeríveis e leves para o sistema digestivo.
- Ricas em Nutrientes: Contêm vitaminas, minerais e fibras essenciais.
- Versatilidade na Cozinha: Podem ser usadas em uma variedade de receitas, desde pães até sobremesas.
As farinhas sem glúten são, portanto, uma excelente alternativa mas, ao contrário das farinhas com glúten, têm um desempenho menos bom, pelo que devem ser tomadas algumas precauções na produção de produtos fermentados e estruturados: misturá-los com outras farinhas ricas em proteínas sem glúten, ou adicionar espessantes como a fécula de batata e adicionar proteínas através, por exemplo, de leite ou ovos.
Adicionar farinhas sem glúten à sua dieta é uma excelente maneira de diversificar sua alimentação e atender às necessidades dietéticas de quem tem intolerância ao glúten. Com tantas opções disponíveis, é fácil encontrar a farinha certa para cada receita, garantindo pratos saborosos e nutritivos. Experimente diferentes farinhas e descubra novas formas de cozinhar sem glúten.
Muito bom artigo para quem é celíaco…. obrigada
Ainda bem que as coisas têm evoluído positivamente para quem sofre de doença celíaca
Quando descobri que sofro de doença celíaca não foi fácil a mudança, mas neste momento está tudo controlado