Dormir Pouco Aumenta a Gordura Visceral: Entenda os Riscos e Como Evitar
Sim, dormir pouco pode aumentar a gordura visceral. Estudos têm mostrado que a falta de sono está associada a uma série de mudanças metabólicas e hormonais que podem contribuir para o aumento da gordura visceral, que é a gordura acumulada ao redor dos órgãos internos na região abdominal.
A gordura no nosso corpo é formada como um depósito das moléculas de hidratos de carbono (açúcares) que introduzimos em excesso, sem as utilizarmos. E os hidratos de carbono são precisamente a fonte de energia para o nosso corpo.
Desde o seu aparecimento na Terra, o Homo Sapiens tem um corpo programado para armazenar o excesso de alimentos em lojas para serem utilizados em tempos de fome.
Pode parecer ridículo nos dias de hoje, mas esta é a tarefa ‘biológica’ da gordura, que remonta aos tempos pré-históricos, quando os alimentos eram escassos.
O órgão que inicia a transformação do açúcar em gordura é o fígado. As moléculas de açúcar são convertidas em triglicéridos (gorduras) que são depois ‘armazenadas’ nas células do tecido adiposo, chamadas adipócitos.
A gordura, ou tecido adiposo, está localizada no nosso corpo em três áreas: subcutânea (debaixo da pele), intramuscular (colocada entre fibras musculares), visceral ou abdominal, que cobre e repara órgãos internos do frio e do impacto (e quando em excesso, dá ao nosso corpo aquela forma “bonita” de maçã).
Gordura visceral: o que é gordura perigosa
O excesso de gordura visceral é medido em centímetros. A circunferência abdominal, medida no umbigo, deve ser inferior a 88 cm para as mulheres e 102 cm para os homens.
Foi à procura de uma fita métrica do costureiro para se medir a si próprio, não foi?
A gordura abdominal adicional transforma-se de tecido num órgão real, com grandes consequências para a saúde que foram cientificamente comprovadas.
Este tipo de gordura visceral acumula-se no interior profundo do abdómen em torno dos órgãos internos e está ligado a um risco acrescido de doenças cardíacas e metabólicas como diabetes, doenças cardiovasculares, aterosclerose, e AVC.
A gordura visceral é necessária para armazenar o excesso de energia, mas também produz hormonas e substâncias inflamatórias. Com o tempo, estas hormonas podem desempenhar um papel na presença de inflamação de longa duração, o que depois aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
A inflamação de longa duração nunca deve ser subestimada, pois pode constituir um importante factor de risco de doenças cardíacas, nomeadamente a formação de placas no interior das artérias.
Estas placas são compostas por colesterol e outras substâncias, crescem com o tempo e podem romper-se, bloqueando parcial ou completamente o fluxo sanguíneo.
Se isto acontecer nas artérias coronárias, a consequência mais grave é que o coração é privado de oxigénio, o que poderia levar a um ataque cardíaco.
Em artérias de pequeno calibre, poderia ocorrer uma redução ou total falta de perfusão, resultando em sofrimento dos órgãos e tecidos subjacentes.
Dormir pouco pode aumentar a gordura visceral?
A privação do sono pode levar a problemas de saúde física e mental, lesões, perda de produtividade e até mesmo a um aumento do risco de morte.
Além disso, a privação do sono causa frequentemente sonolência durante o dia, quedas na concentração e redução do desempenho no trabalho ou estudo.
Embora a gordura se acumule normalmente sob a pele, não conseguir dormir o suficiente parece movê-la mais profundamente para as áreas viscerais em torno dos órgãos, dizem os investigadores, onde pode potencialmente causar mais danos.
Quanto é que o sono afecta o peso?
Todos nós sabemos a diferença de acordar depois de uma noite bem ou mal dormida.
Nas horas a mais que você passa acordado quando deveria estar dormindo, a tendência é comer, e comer mal (ninguém vai querer preparar um prato saudável as 3 da manhã, certo? Além de se alimentar mal, você pode ficar indisposto no outro dia, ter preguiça de ir treinar, etc.
A média adequada de horas de descanso fica entre sete e oito horas por noite. Mas a necessidade varia de pessoa para pessoa. Há quem durma seis horas e se sinta bem e descansado, enquanto outros precisam de até 10 horas.
Basicamente, um sono deficiente reduz os níveis de leptina e temos tendência a comer mais.
As pessoas que dormem menos comem mais e por outro lado, como se sentem mais cansadas fazem menos exercício.
Muitas pessoas, apesar de uma actividade física regular e de uma alimentação saudável, não conseguem manter um peso saudável. Um dos motivos podem ser os maus hábitos de sono.
O sono deficiente pode também aumentar os níveis de stress, o que por sua vez aumenta a produção de cortisol, que é também uma hormona precursora da fome e leva ao aumento de peso.
Gordura visceral: estilo de vida como remédio para a eliminar
A boa notícia é que a gordura visceral é a primeira a ser ‘consumida’ quando necessária.
Vamos então consumi-la:
– Praticar actividade física durante pelo menos 45 minutos por dia
– Uma caminhada rápida é suficiente, não é necessário aderir a um ginásio
– A consistência é essencial, manter um estilo de vida activo
– Apanhar as escadas em vez de apanhar o elevador, estacionar o carro longe ou descer uma paragem mais cedo e caminhar
– Levar o cão a passear a pé
– Redescobrir uma actividade pela qual éramos apaixonados e que abandonámos
– Dar pelo menos 10.000 passos (sim, 10.000, mas começar com mais um ou dois e depois aumentar gradualmente) todos os dias
É essencial manter uma dieta rica em fibras, com uma forte componente vegetal baseada em produtos frescos, rica em nutrientes e baixa em calorias.
Isto começa com fruta e vegetais, de preferência na estação, grãos inteiros, proteínas vegetais, sem esquecer uma boa hidratação, e gorduras polinsaturadas do azeite de oliva.
Em contraste, uma dieta de alimentos gordos, alimentos fritos, álcool, carnes processadas, bebidas açucaradas e produtos refinados está associada a altos níveis de gordura visceral, porque é baixa em nutrientes e alta em calorias.
Estilo de vida e alimentação saudável sempre!
Alimentação variada e pratica de exercício físico, hábitos de todos os dias.