Alfarroba – a versão saudável do chocolate
A alfarrobeira (Ceratonia siliqua – Alfarroba) é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba.
A raridade da alfarrobeira à escala planetária prende-se com as exigências climatéricas desta árvore da bacia mediterrânica, conhecida desde remotas eras. Ela gosta de climas secos e suaves e não aguenta geadas.
No que concerne ao nosso país e para além da vertente sul da serra da Arrábida, as alfarrobeiras concentram-se, sobretudo, no barrocal algarvio, onde assumem razoável expressão.
A alfarroba é a vagem comestível de uma árvore selvagem da costa do Mediterrâneo
Já era usada pelos Egípcios há mais de 5.000 anos. Hoje é utilizada na produção de gomas e espessantes.
A farinha (ou pó) de alfarroba é utilizada para substituir o cacau ou o chocolate em pó. É produzida através da limpeza e secagem naturais das vagens. Após este processo, as polpas são separadas das sementes e passam novamente por uma limpeza. Posteriormente, a polpa é submetida a um tratamento térmico, do qual se consegue obter a farinha com diferentes tonalidades e sabores.
Na alfarroba tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, donde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.
A semente representa apenas 10% da vagem e o que resta – a polpa – tem sido essencialmente utilizado na alimentação de animais .
A farinha de alfarroba é a fracção obtida pela trituração e posterior torrefacção da polpa da vagem.
As vantagens de substituir o chocolate pela alfarroba são imensas:
- Contém menos calorias e menos gordura, proporcionando proteínas e fibras que não encontra no chocolate.
- É rica em antioxidantes e nutrientes, evitando os danos dos radicais livres e ajudando a prevenir certos tipos de cancro (cancro cervical especificamente).
- Pode evitar excessos por saciar a hormona que informa o organismo de que está com fome.
- Acredita-se que ajuda a reduzir os níveis de colesterol mau; tem fibra dietética que pode melhorar os níveis de colesterol bom e de lipoproteínas de alta densidade.
- É naturalmente rica em cálcio, essencial para ossos e dentes saudáveis.
Recentemente estudos demonstraram que a alfarroba não contribui com nenhum tipo de glúten na ingestão de dieta e que possui propriedades antioxidantes e reduz efectivamente a assimilação da ingestão diária do excesso de colesterol, sendo que seu poder hipocolesterolêmico é o dobro de outras fibras.
Ausência de glúten – pode ser consumida por celíacos e é recomendada em função dos efeitos benéficos na flora intestinal decorrente do elevado teor de fibras naturais solúveis.
Aplicação culinária para a alfarroba
Se o seu objectivo for substituir o chocolate, deve-se adicionar uma pitada de canela. O cacau e a farinha de alfarroba, tendo algumas semelhanças no sabor e na cor, são produtos diferentes, que têm que ser avaliados pelas suas características próprias e não apenas por comparação.
Ao utilizar a farinha de alfarroba numa receita, é preciso retirar 1/4 da quantidade de açúcar, adicionar um pouco mais de gordura e 1 ou 2 colheres de sopa a mais de líquido. Isto devido ao elevado conteúdo de fibras e baixo teor de gorduras, se comparada com o cacau.
As suas fibras são muito hidrófilos, ou seja, absorvem uma boa parte do líquido da receita (por este motivo os bolos com alfarroba mantêm-se macios por mais tempo).
Bolo de alfarroba e coco
6 ovos inteiros
200 gr. de açúcar em pó
100 gr. de manteiga derretida em banho-maria
200 gr. de farinha de alfarroba
1,5 dl de leite de coco
2 colheres (sopa) rasas de cacau em pó
1 colher (chá) de fermento em pó
Modo de preparação
Pré-aqueça o forno a 180 graus
Bata, muito bem, os ovos com o açúcar.
Junte, numa tigela, a farinha de alfarroba, o cacau e o fermento em pó. Misture.
Junte esta mistura ao creme de ovos e açúcar. Continue a bater.
Junte o leite de coco. Bata um pouco mais.
Por fim, junte a manteiga derretida. Misture bem.
Se quiser, pode acrescentar, a esta massa, miolo de noz grosseiramente partido.
Unte uma forma rectangular e forre-a de papel, untando-o também.
Deite a massa na forma. Leve ao forno durante vinte e cinco minutos ou até que o bolo fique cozido.
Deixe arrefecer. Desenforme e corte o bolo em quadrados.
Na hora de servir, polvilhe os quadrados de alfarroba e coco com açúcar em pó.
Bom apetite !!!
Completamente rendida ao sabor da alfarroba 🙂
Já comprei a farinha de alfarroba para fazer uns bolinhos
A alfarroba tem um sabor próprio, mas que faz lembrar o chocolate até pela sua cor
Foi no Algarve que comecei a ter conhecimento da quantidade de produtos elaborados com a alfarroba e adoro